Este blog foi criado e é mantido por estudantes de Licenciatura em História EAD da Uneb-Campus I/Unead/UAB do Polo de Bom Jesus da Lapa-Ba.
terça-feira, 3 de abril de 2018
GEOGRAFIA.
(Mapa geográfico da Bahia destacando B. J. da Lapa)
O
município de Bom Jesus da Lapa está distante 796 km de Salvador, capital
estadual, e 672 km de Brasília, capital federal. Ocupa uma área de 4.115,524
km², e se limita com os municípios de Paratinga a norte, Riacho de Santana e
Malhada a sul, Macaúbas a leste e Serra do Ramalho e Sítio do Mato a oeste. De
acordo com a divisão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística vigente
desde 2017, o município pertence às
Regiões Geográficas Intermediária de Guanambi e Imediata de Bom Jesus da Lapa.
Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, o
município fazia parte da microrregião de Bom Jesus da Lapa, que por sua vez
estava incluída na mesorregião do Vale São-Franciscano da Bahia.
O
relevo do município, com altitude máxima de quatrocentos e oitenta e três
metros, é constituído por Pediplano Sertanejo, característico da região de semiárido
baiano e de Depressão Sertaneja - São Francisco. Geomorfologicamente,
predominam formas de depósitos aluvionares, coluvionares e depósitos fluviais.
À
margem direita do São Francisco, localiza-se o morro da Lapa, formado por um
bloco de granito e calcário com quinze grutas em seu interior e fendas
estreitas. O território do município é quase todo plano, surgindo, de vez em
quando, no meio das planícies ou tabuleiros alguns montes, de feições típicas.
O Rio São Francisco é o principal curso de água de Bom Jesus da Lapa, cujo
território, em 70 km é percorrido pelo rio. Além do São Francisco, o Rio
Corrente, o Rio das Rãs e o Santana perpassam a região e são afluentes diretos.
Os riachos da Pedra Branca, e da Santa Rita são outros cursos d'água que banham
Bom Jesus da Lapa, além de várias lagoas, das quais se destacam Piranhas, Lapa,
Campos, Batalha, Moita e a Itaberaba. O município também conta com quatro
ilhas: Ilha do Medo, Ilha da Cana Brava, Ilha do Fogo e a Ilha da Mariquinha no
rio São Francisco, de jurisdição municipal.
(Mapa destacando limites geográficos)
O
abastecimento de água é feito pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Bom
Jesus da Lapa (SAAE), da prefeitura da cidade. Além disso, o município abriga
uma unidade da Capitania Fluvial do São Francisco, administrado pela Agência
Fluvial de Bom Jesus da Lapa e que abrange várias cidades baianas. Bom Jesus da
Lapa faz parte do polígono das secas desde a criação do decreto-lei que
delimitou a região em 1936, ao passo que o desmatamento do bioma na região,
entre 2009 e 2010, atingiu a taxa de 0,05% do território que compreende o
município. Temporadas de estiagem são comuns na região. No entanto, nos últimos
anos, a cidade tem sofrido com a seca cada vez mais frequente. Em 2014, o
município declarou situação de emergência. No ano seguinte, Bom Jesus da Lapa
enfrentou sua pior seca em cem anos.
Referências:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bom_Jesus_da_Lapa
https://maps.google.co.uk/
segunda-feira, 2 de abril de 2018
DA EMANCIPAÇÃO AOS DIAS ATUAIS.
![]() |
(Foto do Mercado no inicio do Século XX)
|
Graças às constantes peregrinações que se
transformaram em grandes e permanentes romarias de fiéis ao Santuário do Senhor
Bom Jesus, o povoado foi se desenvolvendo, transformando-se em vila em de
setembro de 1890, por meio de um decreto estadual feito por Virgílio Clímaco
Damásio, o governador do estado da Bahia naquela época. No mesmo decreto, foi
determinada a criação do distrito de Sítio do Mato e Lapa, além da separação de
Urubu de Bom Jesus da Lapa. A instalação da nova vila se deu em 07 de janeiro
de 1891.
Em 1923, o governador da Bahia em exercício, José
Joaquim Seabra, determinou, pelo decreto Nº 1.682, de 31 de agosto, a elevação
de Bom Jesus da Lapa à categoria de cidade. Em 1930, mais de 60 mil pessoas
visitavam a cidade por ano. Em 1931, o
nome da cidade foi mudado para Lapa e, dois anos depois, o distrito de Sítio do
Mato é criado. Mas a mudança de nome não durou por muito tempo e, em 22 de
junho de 1935, por meio do Decreto Estadual nº 9571, o nome da cidade volta a
ser Bom Jesus da Lapa. Em 1953, foi
criado o distrito de Gameleira da Lapa.
Embora a emancipação tenha ocorrido no final do
século XIX, até a década de 1960 o município apresentou um crescimento
populacional lento. Um dos motivos se deu por conta da pouca integração entre
cidades do litoral, como a capital Salvador, com o oeste baiano. A partir desta
época, a ocupação se fez mais efetiva em Bom Jesus da Lapa, além de outras
cidades, como Santa Maria da Vitória e Barreiras.
É a partir da década de 1980 que Bom Jesus da Lapa
passa a receber maior infraestrutura e a condição de transporte dos romeiros
também melhora. Na época, o Governo
Federal, juntamente com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São
Francisco e do Parnaíba (CODEVASF), implanta o Projeto Formoso, com o qual
pretendia-se aumentar a produção de agricultura.
(Projeto Formoso de Irrigação)
Em 1990, a Ponte Gercino Coelho é criada. A nova
construção favoreceu a ligação do município com a cidade de Brasília e o estado
de Goiás, por meio da BR-242. A ponte faz intersecção entre as rodovias
federais BR-349 e BR-430. No mesmo contexto surge a BA-160, que liga Lapa à
Paratinga.
(Ponte Gercino Coelho, construída em 1990.)
Em 1991, o santuário completou 300 anos de fundação
e, a partir desta data, o fluxo turístico de Bom Jesus da Lapa aumentou. A rede
hoteleira do município aumentou, enquanto, a partir de 2007, as cerimônias
religiosas passaram a ser transmitidas por emissoras de televisão. A
agricultura irrigada, por meio do Projeto Formoso, fez o município se tornar um
dos principais produtores de frutos do país, como a banana. A mancha urbana da
cidade cresceu em relação à população que vivia na zona rural, enquanto o
mercado imobiliário sofreu um crescimento de 500%. Em contrapartida, o
crescimento urbano desordenado gerou um aumento da pobreza.
(Romaria do Bom Jesus da Lapa)
DA COLONIZAÇÃO À EMANCIPAÇÃO.
A região à esquerda e
direita do Rio São Francisco, no oeste baiano, do qual Bom Jesus da Lapa se
localiza, era ocupada por várias populações indígenas, dentre elas os tamoios,
cataguás, xacriabás, aricobés, tabajaras, amoipira, tupiná, ocren, sacragrinha
e tupinambás.
Os primeiros registros
da chegada portuguesa a Bom Jesus da Lapa datam do século XVI, quando Duarte
Coelho Pereira, o capitão donatário de Pernambuco, esteve no morro de Bom Jesus
da Lapa, em uma expedição exploratória, entre os anos de 1543 a 1550. Em 1553,
João III de Portugal determinou que Tomé de Sousa conhecesse as nascentes do
São Francisco. Francisco Bruza Espinosa, residente em Porto Seguro, foi o
responsável pela expedição que, segundo estudiosos, pode ter chegado até a
cidade, um ano e meio após o seu início. No entanto, não houve ocupação
permanente no local por lusodescendentes.
A colonização, de fato,
ocorreria somente no século seguinte, quando Antônio Guedes de Brito pecuarista
e latifundiário brasileiro, recebeu a sesmarias que compreendia várias regiões
do oeste baiano em agosto de 1663. Esta região, compreendida por municípios
como Bom Jesus da Lapa e que se tornou o segundo maior latifúndio do
Brasil-colônia, ainda era ocupada por nativos. Guedes de Brito, conhecido pelo
desbravamento, foi também reconhecido pela extinção de grande parte desta
população utilizando armas. Os indígenas restantes foram escravizados.
Estátua de Francisco de Mendonça Mar
Para efetivar sua
posse, Brito criou uma bandeira com duzentos homens para fundar fazendas de
gado. Muitas grandes propriedades foram criadas, incluindo a Fazenda Morro,
também conhecida como Itibiraba, da qual o povoado de Bom Jesus se desenvolveu,
mais tarde. Após sua morte, grande parte das posses foram distribuídas a
herdeiros e outras regiões foram vendidas. Mas a fazenda Itibiraba permaneceu
pelo poder dos Guedes de Brito.
Paralelamente ao
processo de colonização, o português Francisco de Mendonça Mar chegou à Bom
Jesus da Lapa. Peregrino para uns, andarilho para outros, descobriu um morro à
margem direita do Rio São Francisco. Nas redondezas do lugar existiam apenas
alguns currais de gado e empregados de Antônio Guedes. Distribuiu os seus bens,
fez-se pobre, andou pelo sertão vestido de um grosso burel e carregando uma
imagem do Bom Jesus, onde encontrou uma aldeia de índios tapuias. Francisco
instalou-se numa gruta na parte interior morro, onde foi encontrado por
garimpeiros. O local virou santuário em 1691.
A cidade começou sua
existência à sombra do Santuário do Bom Jesus. Mas, com o tempo, foram
agregando-se devotos que resolveram fazer sua moradia perto do lugar, onde se
achava a imagem do Bom Jesus. O monge construiu, junto ao santuário, um hospital
e um asilo para os pobres e doentes, dos quais cuidava. Assim começou a crescer
ao lado da lapa do Bom Jesus um povoado, assumindo o mesmo nome de Bom Jesus da
Lapa.
Durante o século XVIII,
a região de Bom Jesus da Lapa vivia um crescimento. Parte do território da vila
Urubu, atual Paratinga, o então povoado era um dos arraiais mais importantes
dali. Por meio do Rio São Francisco, viajantes estabeleciam contatos com outras
localidades. Além de Urubu, comércios eram feitos com o arraial de Bom Jardim.
Em 1734, a região foi mapeada por Joaquim Quaresma Delgado, um sertanista
contratado por colonialistas para percorrer o sertão mineiro e baiano.
Por meio do santuário,
também, várias cerimônias de casamento e batizados ali eram realizados. Vários
relatos, entre os anos de 1717 a 1781, referiam-se ao morro de Bom Jesus da
Lapa. Moradores de outras localidades, tais como Urubu e Bom Jardim, além de
freguesias mais distantes, como São Caetano do Japoré, Santo Antônio da Manga e
São Francisco da Barra do Rio Grande do Sul, optavam por realizar batizados no
santuário que, por meio de ofertas dos fiéis, mantinham escravos. Em 1750, o arraial era formado por cinquenta
casas de barro.
Até o século XIX, Bom
Jesus da Lapa permaneceu como parte de Urubu, e sofreu com conflitos de
banditismo. Até então juiz de paz respeitado pela região, Antônio José
Guimarães tornou-se um cangaceiro por conflitos políticos. Um de seus
interesses era ter o controle de Bom Jesus da Lapa e, para isso, formou
jagunços e teve, em sua equipe, o padre Francisco Alves Pacheco. Por anos,
invadiu localidades como Urubu, Carinhanha e Januária, até ser morto na
Província de Goiás em 1854.
Em 1852, Bom Jesus da
Lapa recebeu a visita de um grupo de geólogos austríacos, responsáveis por um
relatório da região. Naquela época, o arraial de Bom Jesus contava com duzentos
e cinquenta habitantes distribuídos em 128 casas. Em 1870, a população cresceu,
e contava com 1 400 pessoas em 405 residências. Bom Jesus contava também,
naquele ano, com uma delegacia.
ORIGEM DO SANTUÁRIO E DE BOM JESUS DA LAPA.
Não
há como separar a história do surgimento do Santuário do Bom Jesus da Lapa com
o da cidade, pois ambos estão entrelaçados e começa com Francisco de Mendonça
Mar, um pintor português que veio morar no Brasil Colônia, habitando em
Salvador (SEGURA, 1987).
Segundo Segura, (1987)
Francisco de Mendonça, saindo de Salvador com uma imagem do Bom Jesus, em 1691
descobriu a gruta, que até hoje serve como a Igreja do Bom Jesus da Lapa e
começou o povoamento do que hoje é a cidade de Bom Jesus da Lapa. A partir, daí
começou o movimento de peregrinos e aventureiros, caçadores de ouro, mascates e
vaqueiros, que subiam o Rio São Francisco, fazendo pouso na Lapa, para rezar,
fazer promessas, dar graças a Deus perante as imagens do Bom Jesus e de Nossa
Senhora da Soledade, colocadas pelo Monge no altar da Gruta:
A cidade de Bom Jesus da
Lapa começou sua existência à sombra do Santuário do Bom Jesus. Na data em que
Francisco de Mendonça Mar chegou nessa região (1691), havia entre o morro e o
rio São Francisco apenas algumas palhoças de índios Tapuias. Contudo, com o
tempo, foram agregando-se devotos que resolveram fazer suas moradias perto do
lugar, onde se achava a imagem do Bom Jesus (SEGURA, 1987,p 35).
Assim, segundo Micek, (2006) Francisco vivia humildemente
da pesca e de pequena área cultivada. Tornou-se conhecido pela religiosidade
que se desenvolvia na Gruta. As embarcações que navegam no Rio São Francisco
faziam paradas obrigatórias no Morro da Lapa e seus tripulantes contavam as
notícias de que no coração do sertão, numa linda gruta de um morro à margem do
Rio São Francisco, morava o “monge da gruta”, num total desprendimento.
Figura 2. Celebração no altar do Bom Jesus[1]
Segundo dados do Censo / IBGE 2010, a
cidade de Bom Jesus da Lapa está localizada no Centro-Oeste do estado da Bahia,
a 900 km da capital, Salvador, em direção ao oeste, e a 800 km de Brasília,
dentro do Polígono das Secas. Possui uma população em torno de 63.508
habitantes, que vivem em sua maioria ao pé do morro, como também nos bairros da
cidade. A origem do culto se confunde, em grande parte, com o surgimento da
cidade, razão de o nome e o desenvolvimento até hoje estarem relacionados à
organização e ao crescimento do culto. Castro (2004) observa que o Santuário de
Bom Jesus da Lapa está situado no Médio Vale do São Francisco, onde a terra é
arenosa, com uma vegetação baixa e rala, característica da caatinga e do
cerrado. O clima é tropical, quente e seco. No período da estiagem, entre abril
e outubro, não há chuvas, e toda a paisagem se reveste de uma coloração
cinza-clara, dando um aspecto de tristeza.
A bacia hidrográfica da região, no
entanto, é formada por muitos rios permanentes, que correm em meio ao sertão,
banhando cidades, vilas e povoados que se formaram às suas margens. O Vale do
São Francisco teve uma grande importância econômica no século XVII, durante o
Ciclo do Ouro, ocupando uma posição estratégica na ligação entre o litoral e o
interior do país, quando grande número de pessoas das províncias de beira-mar
se transportavam com seus escravos para Minas.
Apresentada como a “Meca dos
sertanejos” em Os sertões, de Euclides da Cunha (1985, p. 375), Bom
Jesus da Lapa é o mais celebrado dos santuários sertanejos de peregrinação
popular, o que transforma a cidade em um berço cultural baiano. O santuário foi
classificado como uma das sete maravilhas do Brasil.
A romaria não apenas colocou o Bom
Jesus da Lapa como uma das principais cidades religiosas do Brasil, como também
constitui a base da sua economia (STEIL, 1996). A cidade vive em torno do
santuário que, de certa forma, é responsável pela sua diferenciação em relação
aos demais municípios da região. Atualmente Bom Jesus da Lapa é considerada a
“Capital da Baiana da Fé”.
Na concepção de Castro (2004), falar
do santuário e não citar a gruta existente próximo a ele é considerado por
muitos um grande erro. A Gruta do Bom Jesus da Lapa está localizada numa
caverna natural de acesso à esplanada e funciona como a matriz e catedral da
cidade, onde são celebradas as missas e os sacramentos fora do período mais
intenso da romaria. No interior da gruta se encontra a imagem do Cristo
crucificado, principal objeto do culto da romaria.
Nos dias de romaria forma-se uma extensa fila de devotos que passam diante da imagem para rezar, agradecer as graças alcançadas e fazer pedidos. A mesma é formada pela infiltração das águas da chuva que durante milênios foram penetrando pela rocha porosa, esta gruta teria sido descoberta no século XVII por um vaqueiro ou pelo Monge Francisco de Mendonça Mar, de acordo com duas versões mais recorrentes sobre as origens do santuário. (STEIL, 1996).
Nos dias de romaria forma-se uma extensa fila de devotos que passam diante da imagem para rezar, agradecer as graças alcançadas e fazer pedidos. A mesma é formada pela infiltração das águas da chuva que durante milênios foram penetrando pela rocha porosa, esta gruta teria sido descoberta no século XVII por um vaqueiro ou pelo Monge Francisco de Mendonça Mar, de acordo com duas versões mais recorrentes sobre as origens do santuário. (STEIL, 1996).
Breve histórico sobre a “Capital Baiana da Fé”
De
acordo Barbosa (1995), o município foi criado em 18 de setembro de 1890,
situado na região centro-oeste do estado e na Zona Fisiográfica do Médio São
Francisco, com território totalmente abrangido pelo “polígono das secas”
distanciando 800 km da capital do estado, por via terrestre. O município está
situada à margem direita do Rio São Francisco, tomou o nome do lugar em que
está o Santuário do Bom Jesus. Encontra-se a 429 metros acima do mar,
tendo esta, uma população de 62.199
habitantes. Bom Jesus da Lapa tem na romaria seu maior meio de
subsistência, bem como na cultura do cultivo de frutas no projeto Formoso, como
também no cultivo de grãos e demais produtos agrícolas.
De tal modo, devido as constantes peregrinações que se transformaram em grandes e permanentes romarias, o povoado foi se desenvolvendo, atingindo a categoria de cidade em 1923 e chegando a ser município em 1953.
De tal modo, devido as constantes peregrinações que se transformaram em grandes e permanentes romarias, o povoado foi se desenvolvendo, atingindo a categoria de cidade em 1923 e chegando a ser município em 1953.
O fenômeno religioso e
popular, marcado pela visitação religiosa e turística é uma marca registrada do
município de Bom Jesus da Lapa. Conforme o censo 2010, a cidade tem uma
população é de 64.446, situada numa área total de 4148,5
km², sendo banhado pelas águas do Rio São Francisco. Suas atividades econômicas
estão baseadas na agricultura, pecuária, comércio, turismo religioso e pesca (IBGE,
2010).
A
cidade de Bom Jesus da Lapa concentra a terceira maior romaria do Brasil, no
mês de agosto, conhecida como a romaria do Bom Jesus em que atrai
milhares de fiéis todos os anos. Mas seu potencial turístico pode ser explorado
o ano todo. Particularmente entre os meses de julho a outubro, período a alta
estação das romarias (CARVALHO, 2008, p 11).
Assim, a grande diferença o
entre Bom Jesus da Lapa e as outras cidades da região é o morro e suas grutas
que lhe conferem um clima místico e diferenciado e um estado permanente de
romarias e visitação. “O mesmo, por sua singularidade conquistou os títulos de:
Meca dos sertanejos, Capital baiana da fé e Primeira das 7 maravilhas do Brasil”
(CARVALHO, 2008, p 27).
O título “Meca dos Sertanejos” foi dado pelo
ilustre Euclides da Cunha, que passando pela Lapa no periodo da Guerra de
Canudos, registrou o fato. Assim, o jornalista e escritor brasileiro, Euclides
da Cunha, ao entrar no Santuário do Bom Jesus da Lapa, observou suas
curiosidades e o definiu como Meca dos Sertanejos, (CUNHA,1984) conforme
descrição seguinte:
Dentre os arraiais
sertanejos, um se destaca e se diferencia dos demais: Trata-se de Bom Jesus da
Lapa. É a Meca dos sertanejos, ostentando-se na serra de
grimpas altaneiras, que ressoam como sinos; nos tetos pendiam “candelabros de estalactites” e nos corredores
eram vistos “velhos ossuários diluvianos”;
numa gruta semelhante à nave de um de “estranho
templo”, alvo de “romarias piedosas”, o visitante
observa “um traço sombrio de religiosidade singular”:
“imagens e relíquias entre facas e espingardas”.
O jagunço, ao adentrá-lo com sua arma, curva-se genuflexo sobre o chão e reza
(CUNHA, 1984, p. 464).
Conforme
podemos observar na figura acima, a explanada do Santuário está lotada, o que
nos reme a meca, um verdadeiro centro de peregrinação. O nome de Lapa, segundo KOCIK (1978,p.18), veio
da língua latina, derivando-se da palavra “lápis” que significa pedra. Assim,
Itaberabá ou Itaberaba, Morro, Lapa, Lapa do Bom Jesus, Bom Jesus da Lapa, -
eis os vários títulos ou topônimos pelos quais a cidade e o município de Bom
Jesus da Lapa se tornaram conhecidos através de sua história. Assim, Kocik nos informa que:
Um morro, uma montanha
calcária de aproximadamente 100 metros de altura, quase 2000 de circunferência.
Nele se encontram várias grutas, das quais a mais importante é a Gruta do Bom
Jesus, que mede aproximadamente 50m de comprimento, 15m de largura e 8m de
altura e, a gruta de Nossa Senhora da Soledade aproximadamente 1500m². O Morro,
de longe, parece uma catedral gótica, enfeitada com inúmeras pequenas torres,
obra da erosão dos longos séculos. (KOCIK 1988, p 62).
Segundo
Alves (2014), o que faz deste lugar do oeste baiano diferente de Aparecida (SP)
e Juazeiro do Norte (CE) é o visual, capaz de encantar o mais cético dos
visitantes. Logo na chegada, o turista se depara com o Morro do Bom Jesus,
monumento natural de 90
metros de altura e 2.000 metros de
diâmetro, em cujo interior concentram-se seis grutas decoradas com imagens
sacras que detalham o calvário de Jesus Cristo. Uma torre construída na entrada
principal em formato de um castelo medieval é cercada por estátuas em bronze
dos 12 apóstolos, obra de autoria do escultor Deocleciano Martins Oliveira
Filho.
Finalmente, a visita ao santuário se completa com uma subida até o topo do Morro da Lapa, o caminho é íngreme e cansativo, mas a recompensa para os que fazem o percurso: uma linda visão panorâmica de toda a região (ALVES, 2014). No topo do morro está o Cruzeiro e a última estação da Via Sacra.
Finalmente, a visita ao santuário se completa com uma subida até o topo do Morro da Lapa, o caminho é íngreme e cansativo, mas a recompensa para os que fazem o percurso: uma linda visão panorâmica de toda a região (ALVES, 2014). No topo do morro está o Cruzeiro e a última estação da Via Sacra.
Referencial:
ALVES, Roque Silva. A Arte de Rezar dos Romeiros no Santuário
de Bom Jesus da Lapa: tradição e inovação. Bom Jesus da Lapa, Gráfica e
editora Bom Jesus, 2014.
BARBOSA, Antônio. Bom Jesus da Lapa antes do Monsenhor
Turíbio, no tempo do Monsenhor Turíbio e depois do Monsenhor Turíbio.
Jotanesi Edições, Rio de Janeiro, 1996.
CUNHA,
Euclides da. Os Sertões. São Paulo:
Três, 1984 (Biblioteca do Estudante).
KOCIK,
Lucas. Lapa: O Santuário do Bom Jesus. Bom Jesus da Lapa, Gráfica Bom Jesus,
1978.
KOCIK,
Lucas. Maravilhas do santuário de Bom Jesus da Lapa. Bom Jesus da
Lapa: Gráfica Bom Jesus, 1988.
MICEK,
Francisco. O primeiro peregrino do Bom
Jesus: Francisco de Mendonça Mar. Bom Jesus da Lapa, 2008.
MICEK,
Francisco. Santuário do Bom Jesus da
Lapa: Guia de peregrinos e
turistas. Bom Jesus da Lapa: Gráfica Bom Jesus, 2007
IBGE,
estatística/população/estimativa2010: www.ibge.gov.br: Acesso em Novembro de 2014.
SEGURA, Turíbio Vilanova. Bom Jesus da Lapa.
Resenha histórica. Bom Jesus da Lapa: Gráfica Bom Jesus, 1987.
STEIL, Carlos Alberto. O
sertão das romarias: um estudo antropológico sobre o santuário de
Bom Jesus da Lapa - Bahia. Petrópolis: Vozes, 1996.
[1] Celebração no altar do
Bom Jesus - https://pt-br.facebook.com/santuariolapa. Acessado em
02/12/14.
[2].
Povo reunido para a celebração. Disponível em:
https://pt-br.facebook.com/santuariolapa. Acessado em 05 de novembro de 2014.
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